quarta-feira, 27 de novembro de 2013

JÚLIO e FERREIRA AGRADECEM

Bom dia! Alunos e alunas do CEM 111!
O resultado das eleições saiu ontem às 23:31 da quarta-feira e a chapa 01 venceu: parabéns à nova direção 2014-2016.
Júlio e Ferreira vem por meio deste blog agradecer a todos vocês pelo apoio, alguns apoio incondicional, outros mais tímidos ( é o jeito de cada um), outros estufaram o adesivo no peito, outros falaram em alto e bom som. Isto não é discurso de perdedores, pois não somos, pelo contrário, saímos mais fortes e capazes de enfrentar outros desafios. A democracia neste país ainda engatinha, mas pessoas como o Júlio e o Ferreira plantaram sementes de esperança que um dia se possa acreditar na tão esperada democracia religiosa, na democracia racial, na democracia social e porque não falar nos princípios éticos e morais de dois profissionais que foram verdadeiros, transparentes e acima de tudo sonhadores em suas propostas de campanha. O NOSSO MUITO OBRIGADO A VCS E AGRADECEMOS OS 320 CORAÇÕES PELA CONFIANÇA DEPOSITADA EM NOSSOS SONHOS, POIS SONHOS QUE SE SONHAM JUNTOS, NÃO SÃO SÓ SONHOS, SÃO  I D E I A S.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

TRABALHO PARA A GALERA DOS 2º e 3º ANOS que CONVERSARAM COMIGO

COMPONENTE CURRICULAR: ARTE



PARA OS 2º ou 3º ANOS QUE COMBINARAM O TRABALHO ESCRITO



   2º e 3º
CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

2º SEMESTRE





__________________
NOTA


4º bimestre


Conteúdos:

Elementos estruturadores do espetáculo teatral: texto, ator, diretor, cenário, figurino, maquiagem, iluminação, sonoplastia, palco etc.
■ Análise de textos teatrais, identificando seus elementos estruturais: gênero, tema, enredo (exposição, desenvolvimento e desfecho); tese/discurso; ação dramática (conflitos, relacionamentos, causas e conseqüências; contexto sociocultural, político, filosófico, econômico, científico, tecnológico); planos de ação (realidade, memória, fantasia); falas (diálogo, monólogo); personagens (principais: protagonista e antagonista, e secundária); perfil; (físico, emocional, ético, moral, social, político, econômico)


FAÇA UMA PESQUISA SOBRE OS CONTEÚDOS ACIMA.



OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, fonte 12 e espaço 1.5. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Filme: Encontro com Milton Santos

O documentário “Encontro com Milton Santos - O mundo global visto do lado de cá”, do cineasta Sílvio Tendler, é conduzido por uma entrevista com o geógrafo e intelectual baiano Milton Santos, gravado poucos meses antes da sua morte.
No documentário é feito um recorte singular sobre a globalização, a sociedade de consumo, as divisões que esta sociedade se encontra, o território, os efeitos famigerados da globalização, as crises que esta promove, as barreiras físicas e simbólicas postas pelo capitalismo como efeito da globalização, o papel da mídia e as revanches organizadas por suas maiores vítimas.
A crise se estabelece e Milton Santos faz este alerta quando afirma que: “O consumo é o grande fundamentalismo”. E o século 20 retrata bem esse contexto. Como foi dito no documentário, o estado do bem-estar social aliado ao humanismo foi substituído pelo consumo exacerbado, pela construção de uma cultura voltada para o individualismo.
Milton Santos é sagaz quando apresenta as três vertentes da globalização no mundo: a globalização como fábula: tal qual é posta/ como querem que a vejamos; a globalização da perversidade: tal qual ela é e uma outra globalização possível para o mundo: mais justa, mais fraterna.
No decorrer do documentário é apresentada uma série de acontecimentos no mundo inteiro que focam a atenção nas causas que esta sociedade capitalista centraliza, a fim de obter benefícios próprios em detrimento da desorganização do território, da apropriação de bens comuns e do uso privado de riquezas mundiais por parte de uma minoria. Apropriações indevidas que geraram tensões por tentar deter grandes bens nas mãos de pequenos grupos, enquanto se assolava o estado de miséria e a sociedade crônica para todo o resto.
Ao invés de o intenso processo tecnológico buscar mecanismos para reduzir a discrepância, especialmente econômica, entre os países ricos e pobres, fez por aumentar esse número. Decerto, o mundo se dividia em três processos de globalização distintos: um com a abordagem dos países do norte, isto é, as potências globais, que emitem ideias transplantadas do capitalismo selvagem, voltado para a manutenção de suas hegemonias. Outro processo, que apresenta deficiências, isto é, uma busca para se alicerçar no cenário mundial. E um terceiro indefinido, sem perspectivas de iniciação.
O Consenso de Washington, foi um movimento em prol do planejamento e expansão dos projetos de globalização. Este apresentava ideias como a privatização de empresas e juros altos para o aumento de investimentos estrangeiros. Porém, esse trabalho não se irradiou de forma igualitária em todos os locais. Em países menos providos financeiramente, o que se viu foi revolta, devido a uma crise por conta da privatização, e, como consequência, muitos desempregados. Nesse sentido, Milton Santos comenta: “O processo de globalização apenas trabalha na solidificação do lado econômico e as grandes empresas não tem responsabilidade moral e social com alguns países, de forma a desorganizá-los.
A tentativa de privatização da água potável em Cochabamba, Bolívia em 2000 e o 3º Fórum Mundial da Água em Kioto, Japão em 2003, foram eventos que chamaram a atenção do mundo para os efeitos da famigerada globalização frente à sociedade capitalista na qual vivemos.
Em meio à crise financeira , ao estado de caos que se encontra, tem-se o crescimento crônico do desemprego, a fome e o desabrigo que cada vez mais se alastra. Os baixos salários, o estado de mendicância e miséria em que as pessoas são postas, crescem diretamente proporcional ao que chamamos do segundo efeito da globalização, ou globalização da perversidade, em que a pobreza é vista com naturalidade.
Enquanto isto, a sociedade se divide em dois grandes grupos; “o grupo dos que não comem e o grupo dos que não dormem com receio do grupo dos que não comem.” (José de Castro). E Milton Santos ainda afirma que “produzimos mais comida do que consumimos”. E esta sociedade subdividida permanece criando barreiras de segregação. Sejam estas barreiras físicas – Muralha da China e Muro de Berlim – ou barreiras simbólicas – que é a que a Europa mantém contra os estrangeiros e clandestinos, a fronteira entre o México e o EUA, onde a migração não é desejada.
Adiante os acontecimentos tem a mídia como a fábula da globalização, que assume o papel de intermediação diante desta, pois controla a interpretação do que acontece no mundo, em que não há produção excessiva de notícias, e sim de ruídos.
Contudo, a revanche é feita. Os grupos que são massacrados e postos à margem deste processo atroz de desenvolvimento global ganham força com seus movimentos e buscam reverter a ordem de tudo que está posto. A África e a América Latina são os gigantes despertando para os problemas que lhe são causados, e que não se promovem por quem lá habita e sim pelos grandes “olheiros” e investidores de mercado que ambicionam ganhar espaço para depois explorá-lo. E não há melhor modo de fazer isto, senão criando confrontos entre os grupos para adquirirem espaços de dominação.
Com o despertar destes grandes polos de desenvolvimento, os espaços cada vez mais são tomados e causam incômodo. Daí tem os olhares do norte x os olhares do sul, que propicia a observação da diferenças de polos econômicos em blocos capitalistas distintos; os que produzem e os que consomem. Numa fala mais íntima do que possa representar os grupos que tem e os grupos que não tem moeda de consumo numa sociedade que impera a globalização da perversidade.
E Milton Santos afirma que: “Não há cidadania no Brasil. A classe média não requer direitos, e sim privilégios.” O estado de cidadania nos é roubado pelo jogo de interesse no qual esta classe promove. Mas Milton Santos é perspicaz ao frisar que estas ações não são promovidas de modo estanque pelo Estado, e afirma que: “As fontes criadoras de diferenças e desigualdades são mais fortes que as ações do Estado. Para isto, é necessário um Estado socializante.”
Diante deste Estado socializante a ser construído há também uma sociedade e Milton Santos é muito feliz quando diz que esta sociedade na qual vivemos ainda é um ensaio; ela nunca existiu.
Sabe-se que a luta provém de vários locais. De acordo com Milton Santos, o remédio para reverter esse quadro global encontra-se na junção entre educação e informação, pois só quem compreende os moldes do processo é capaz de proporcionar soluções claras e objetivas para a crise de social, política e econômica de inúmeras nações. A inclusão digital é uma ferramenta de imensurável importância para a conquista de uma verdadeira democracia.
Por fim, cada cidadão deve estar ciente de que não está sozinho no mundo, isto é, existe uma interdependência entre as pessoas, assim como entre os países. Portanto, a consciência, aliada às lutas sociais, como dizia Ihering, é que consolidarão os direitos em sua verdadeira essência.
Milton Santos, no seu livro: Por uma outra globalização, afirma acreditar que esse mundo novo anunciado não será uma construção de cima para baixo, mas uma edificação cuja trajetória vai se dar de baixo para cima. Segundo ele, graças aos processos fulminantes da informação, o mundo fica mais perto de cada um, não importa onde cada um esteja. O resto da humanidade parece estar próximo. Criam-se para todos a certeza e depois a consciência de ser mundo e estar no mundo. O próprio mundo a instala nos lugares e sobretudo nas grandes cidades, pela presença maciça de uma humanidade misturada, vinda de todos os quadrantes e trazendo consigo interpretações variadas e múltiplas que ao mesmo tempo se chocam e colaboram na produção renovada do entendimento e da crítica da existência. Assim o cotidiano de cada um se enriquece pela experiência própria e pela do vizinho, tanto para realizações atuais como pelas perspectivas de futuro. Para ele as dialéticas da vida nos lugares, agora mais enriquecidas, são paralelamente o caldo de cultura necessário à proposição e ao exercício de uma nova política.
Ainda sobre o documentário:
Partindo da imagem para o homem do nosso século, segue uma linha cadencial entre documentos, entrevistas e exposição no estilo jornalístico com narração de alguns atores.
É utilizada uma linguagem acessível, que embora dotada de erudição, explica conceitos essenciais para se entender a sequência como no caso da definição sobre o que foi o consenso de Washington. Porém, muita coisa fica para o espectador pesquisar posteriormente.
Não há questões abertas para que haja um maior exercício de pensamento.
Os não – cidadãos que formam a população brasileira são convidados a ver um mundo que a mídia não mostra. Do lado de cá, o mundo globalizado passa a ter as suas primeiras cores desbotadas. Uma semente de inquietação é plantada assim que o filme termina.

Referências:

SANTOS, Milton. Por uma outra globalizacao. Rio de Janeiro: Record. ‎2000.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Teatro Brasileiro: 2º e 3º anos


J O Teatro Brasileiro
        
O teatro brasileiro surgiu quando Portugal começou a fazer do Brasil sua colônia (Século XVI). Os Jesuítas, com o intuito de catequizar os índios, trouxeram não só a nova religião católica, mas também uma cultura diferente, em que se incluía a literatura e o teatro. Aliada aos rituais festivos e danças indígenas, a primeira forma de teatro que os brasileiros conheceram foi a dos portugueses, que tinha um caráter pedagógico baseado na Bíblia. Nessa época, o maior responsável pelo ensinamento do teatro, bem como pela autoria das peças, foi Padre Anchieta.
O teatro realmente nacional só veio se estabilizar em meados do século XIX, quando o Romantismo teve seu início. Martins Pena foi um dos responsáveis pôr isso, através de suas comédias de costumes. Outros nomes de destaque da época foram: o dramaturgo Artur Azevedo, o ator e empresário teatral João Caetano e, na literatura, o escritor Machado de Assis
Fonte: encena
Teatro dos jesuítas - Século XVI
Nos primeiros anos da colonização, os padres da chamada Companhia de Jesus (Jesuítas), que vieram para o Brasil, tinham como principal objetivo a catequese dos índios. Eles encontraram nas tribos brasileiras uma inclinação natural para a música, a dança e a oratória. Ou seja: tendências positivas para o desenvolvimento do teatro, que passou a ser usado como instrumento de "civilização" e de educação religiosa, além de diversão. O teatro, pelo "fascínio" da imagem representativa, era muito mais eficaz do que um sermão, pôr exemplo.
As primeiras peças foram, então, escritas pelos Jesuítas, que se utilizavam de elementos da cultura indígena (a começar pelo caráter de "sagrado" que o índio já tinha absorvido em sua cultura), até porque era preciso "tocar" o índio, falando de coisas que ele conhecia. Misturados a esses elementos, estavam os dogmas da Igreja Católica, para que o objetivo da Companhia - a catequese - não se perdesse.
As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol (isso se deu até 1584, quando então "chegou" o latim). Nelas, os personagens eram santos, demônios, imperadores e, pôr vezes, representavam apenas simbolismos, como o Amor ou o Temor a Deus. Com a catequese, o teatro acabou se tornando matéria obrigatória para os estudantes da área de Humanas, nos colégios da Companhia de Jesus. No entanto, os personagens femininos eram proibidos (com exceção das Santas), para se evitar uma certa "empolgação" nos jovens.( 2º MH)
Os atores, nessa época, eram os índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que atuavam de improviso nas peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios. No que diz respeito aos autores, o nome
de mais destaque da época é o de Padre Anchieta . É dele a autoria de Auto de Pregação Universal, escrito entre 1567 e 1570, e representado em diversos locais do Brasil, pôr vários anos.
Outro auto de Anchieta é Na festa de São Loureço, também conhecido como Mistério de Jesus. Os autos sacramentais, que continham caráter dramático, eram preferidos às comédias e tragédias, porque eram neles que estavam impregnadas as características da catequese. Eles tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, e eram repletos de personagens alegóricos.
Além dos autos, outros "estilos teatrais" introduzidos pelos Jesuítas foram o presépio, que passou a ser incorporado nas festas folclóricas, e os pastoris.
Fonte: encena
Século - XVII
No século XVII, as representações de peças escritas pelos Jesuítas - pelo menos aquelas com a clara finalidade de catequese- começaram a ficar cada vez mais escassas. Este período, em que a obra missionária já estava praticamente consolidada, é inclusive chamado de Declínio do Teatro dos Jesuítas. No entanto, outros tipos de atividades teatrais também eram escassos, pôr conta deste século constituir um tempo de crise. As encenações existiam, fossem elas prejudicadas ou inspiradas pelas lutas da época (como pôr exemplo, as lutas contra os holandeses). Mas dependiam de ocasiões como festas religiosas ou cívicas para que fossem realizadas.
Das peças encenadas na época, podemos destacar as comédias apresentadas nos eventos de aclamação a D. João IV, em 1641, e as encenações promovidas pelos franciscanos do Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro, com a finalidade de distrair a comunidade. Também se realizaram representações teatrais pôr conta das festas de instalação da província franciscana da Imaculada Conceição, em 1678, no Rio.
O que podemos notar neste século é a repercussão do teatro espanhol em nosso país, e a existência de um nome - ligado ao teatro - de destaque: Manuel Botelho de Oliveira (Bahia, 1636-1711). Ele foi o primeiro poeta brasileiro a ter suas obras publicadas, tendo escrito duas comédias em espanhol (Hay amigo para amigo e Amor, Engaños y Celos).
Conheça algumas peças representadas no século XVII
Fonte: encena
Século - XVIII
Foi somente na segunda metade do século XVIII que as peças teatrais passaram a ser apresentadas com uma certa freqüência. Palcos (tablados) montados em praças públicas eram os locais das representações. Assim como as igrejas e, pôr vezes, o palácio de um ou outro governante. Nessa época, era forte a característica educacional do teatro. E uma atividade tão instrutiva acabou pôr merecer ser presenteada com locais fixos para as peças: as chamadas Casas da Ópera ou Casas da Comédia, que começaram a se espalhar pelo país.
Em seguida à fixação dos locais "de teatro", e em conseqüência disso, surgiram as primeiras companhias teatrais. Os atores eram contratados para fazer um determinado número de apresentações nas Casas da Ópera, durante todo o ano, ou apenas pôr alguns meses. Sendo assim, com os locais e elencos fixos, a atividade teatral do século XVIII começou a ser mais contínua o que em épocas anteriores. No século XVIII e início do XIX, os atores eram pessoas das classes mais baixas, em sua maioria mulatos. Havia um preconceito contra a atividade, chegando inclusive a ser proibida a participação de mulheres nos elencos. Dessa forma, eram os próprios homens que representavam os papéis femininos, passando a ser chamados de "travestis". Mesmo quando a presença de atrizes já havia sido "liberada", a má fama da classe de artistas, bem como a reclusão das mulheres na sociedade da época, as afastava dos palcos.
Quanto ao repertório, destaca-se a grande influência estrangeira no teatro brasileiro dessa época. Dentre nomes mais citados estavam os de Molière, Voltaire, Maffei, Goldoni e Metastásio. Apesar da maior influência estrangeira, alguns nomes nacionais também merecem ser lembrados. São eles: Luís Alves Pinto, que escreveu a comédia em verso Amor Mal Correspondido, Alexandre de Gusmão, que traduziu a comédia francesa O Marido Confundido, Cláudio Manuel da Costa, que escreveu O Parnaso Obsequioso e outros poemas representados em todo o país, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, autor do drama Enéias no Lácio.
Fonte: Encena
Século XIX Transição para o tetro nacional
A vinda da família real para o Brasil, em 1808, trouxe uma série de melhorias para o Brasil. Uma delas foi direcionada ao teatro. D. João VI, no decreto de 28 de maio de 1810, reconhecia a necessidade da construção de "teatros decentes".
Na verdade, o decreto representou um estímulo para a inauguração de vários teatros. As companhias teatrais, pôr vezes de canto e/ou dança (bailado), passaram a tomar conta dos teatros, trazendo com elas um público cada vez maior. A primeira delas, realmente brasileira, estreou em 1833, em Niterói, dirigida pôr João Caetano, com o drama O Príncipe Amante da Liberdade ou A Independência da Escócia. Uma conseqüência da estabilidade que iam ganhando as companhias dramáticas foi o crescimento, paralelo, do amadorismo.
A agitação que antecipou a Independência do Brasil foi refletida no teatro. As platéias eram muito agressivas, aproveitavam as encenações para promover manifestações, com direito a gritos que exaltavam a República. No entanto, toda esta "bagunça" representou uma preparação do espírito das pessoas, e também do teatro, para a existência de uma nação livre. Eram os primórdios da fundação do teatro - e de uma vida - realmente nacional. Até porque, em conseqüência do nacionalismo exacerbado do público, os atores estrangeiros começaram a ser substituídos pôr nacionais.
Ao contrário desse quadro, o respeito tomava conta do público quando D.Pedro estava presente no teatro ( fato que acontecia em épocas e lugares que viviam condições "normais", isto é, onde e quando não havia este tipo de manifestação). Nestas ocasiões, era mais interessante se admirar os espectadores - principalmente as senhoras ricamente vestidas - do que os atores. Além do luxo, podia se notar o preconceito contra os negros, que não compareciam aos teatros. Já os atores eram quase todos mulatos, mas cobriam os rostos com maquiagem branca e vermelha.
Fonte: encena
Século -XIX
Época Romântica
Desde a Independência, em 1822, um exacerbado sentimento nacionalista tomou conta das nossas manifestações culturais. Este espírito nacionalista também atingiu o teatro. No entanto, a literatura dramática brasileira ainda era incipiente e dependia de iniciativas isoladas. Muitas peças, a partir de 1838, foram influenciadas pelo Romantismo, movimento literário em voga na época. O romancista Joaquim Manuel de Macedo destacou alguns mitos do nascente sentimento de nacionalidade da época: o mito da grandeza territorial do Brasil, da opulência da natureza do país, da igualdade de todos os brasileiros, da hospitalidade do povo, entre outros. Estes mitos nortearam, em grande parte, os artistas românticos desse período.
A tragédia Antônio José ou O poeta e a inquisição escrita pôr Gonçalves de Magalhães (1811-1882) e levada à cena pôr João Caetano (1808-1863), a 13 de março de 1838, no teatro Constitucional Fluminense, foi o primeiro passo para a implantação de um teatro considerado brasileiro.
No mesmo ano, a 4 de outubro, foi representada pela primeira vez a comédia O juiz de paz da roça, de Martins Pena (1815-1848), também no teatro Constitucional Fluminense pela mesma companhia de João Caetano. A peça foi o pontapé inicial para a consolidação da comédia de costumes como gênero preferido do público. As peças de Martins Pena estavam integradas ao Romantismo, portanto, eram bem recebidas pelo público, cansado do formalismo clássico anterior. O autor é considerado o verdadeiro fundador do teatro nacional, pela quantidade - em quase dez anos, escreveu 28 peças - e qualidade de sua produção. Sua obra, pela grande popularidade que atingiu, foi muito importante para a consolidação do teatro no Brasil.
Fonte: Encena
Época Realista Metade o Século- XIX
Realismo na dramaturgia nacional pode ser subdividido em dois períodos: o primeiro, de 1855 - quando o empresário Joaquim Heliodoro monta sua companhia - até 1884 com a representação de O mandarim, de Artur Azevedo, que consolida o gênero revista e os dramas de casaca. O segundo período vai de 1884 aos primeiros anos do século XX, quando a opereta e a revista são os gêneros preferidos do público.
Essa primeira fase não se completa em um teatro naturalista. À exceção de uma ou outra tentativa, a literatura dramática não acompanhou o naturalismo pôr conta da preferência do público pelo "vaudeville", a revista e a paródia.
A renovação do teatro brasileiro, com a consolidação da comédia como gênero preferido do público, iniciou-se quando Joaquim Heliodoro Gomes dos Santos montou seu teatro, o Ginásio Dramático, em 1855. Esse novo espaço tinha como ensaiador e diretor de cena o francês Emílio Doux que trouxe as peças mais modernas da França da época.
O realismo importado da França introduziu a temática social, ou seja, as questões sociais mais relevantes do momento eram discutidas nos dramas de casaca. Era o teatro da tese social e da análise psicológica.
Nome de grande importância para o teatro dessa fase é o do dramaturgo Artur Azevedo (1855-1908). Segundo J. Galante de Souza ( O Teatro no Brasil, vol.1), Artur Azevedo "foi mais aplaudido nas suas bambochatas, nas suas revistas, escritas sem preocupação artística, do que quando escreveu teatro sério. O seu talento era o da improvisação, fácil, natural, mas sem fôlego para composições que exigissem amadurecimento, e para empreendimentos artísticos de larga envergadura".
Fonte: encena
O teatro no Brasil
ernando Peixoto define bem a história do teatro no Brasil e no mundo em seu livro "O que é teatro", e nos traz referências de datas que ajudam entender sua trajetória no decorrer dos séculos.
A história do teatro brasileiro dramático surgiu em 1564, coincidentemente com a data de nascimento de Willian Shakespeare, quando foi encenado o Auto de Santiago pôr missionários jesuítas, na Bahia.
No Brasil o teatro surge como instrumento pedagógico. Eram Autos utilizados para a catequização dos índios, os quais o padre Manuel da Nóbrega encomendava-os ao padre José de Anchieta.
Já no século XIX (mais ou menos 1838), o teatro fica marcado pela tragédia romântica de Gonçalves Magalhães com a peça: "O Poeta e a Inquisição" e também Martins Pena com "O juiz de paz na roça". Martins Pena com toda sua simplicidade para escrever, porém justa eficácia para descrever o painel da época, teve seguidores "clássicos" de seus trabalhos, como Joaquim Manoel de Macedo, Machado de Assis e José de Alencar.
Foi em 1880 , em Lagos, na Nigéria que escravos brasileiros libertados deram um enorme salto no desenvolvimento do teatro, fundando a primeira companhia dramática brasileira – a Brazilian Dramatic Company .
Em 1900, o teatro deu seu grito de liberdade. Embora tenha enfrentado as mais duras crises políticas do país, conseguiu com muita luta estacar sua bandeira e marcar sua história.
De 1937 a 1945, a ditadura procura silenciar o teatro, mas a ideologia populista, através do teatro de revista, mantém-se ativa. Surgem as primeiras companhias estáveis do país, com nomes como: Procópio Ferreira, Jaime Costa, Dulcina de Moraes, Odilon Azevedo, Eva Tudor, entre outros.
Uma nova ideologia começava a surgir, juntamente com um dos maiores patrimônios do teatro brasileiro: Oswald de Andrade, que escreveu O Rei da Vela (1933), O Homem e o Cavalo (1934) e A Morta (1937), enfrentando desinibido e corajoso, a sufocante ditadura de Getúlio Vargas.
Em 1938, Paschoal Carlos Magno funda o Teatro do Estudante do Brasil. Começam surgir companhias experimentais de teatro, que estendem-se ao longo dos anos, marcando a introdução do modelo estrangeiro de teatro entre nós, consagrando então o princípio da encenação moderna no Brasil.
No ano de 1948 surge o TBC uma companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia, importando técnica e repertório, com tendências para o culturalismo estético. Já em 57, meio a preocupações sócio-políticas surge o Teatro de Arena de São Paulo. Relatos de jornais noticiavam que o Teatro de Arena foi a porta de entrada de muitos amadores para o teatro profissional, e que nos anos posteriores tornaram-se verdadeiras personalidades do mundo artístico.
Já em 64 com o Golpe Militar, as dificuldades aumentam para diretores e atores de teatro. A censura chega avassaladora, fazendo com que muitos artistas tenham de abandonar os palcos e exilar-se em outros países.
Restava às futuras gerações manterem vivas as raízes já fixadas, e dar um novo rumo ao mais novo estilo de teatro que estaria pôr surgir.
"...São infindáveis as tendências do teatro contemporâneo. Há uma permanência do realismo e paralelamente uma contestação do mesmo. As tendências muitas vezes são opostas, mas freqüentemente se incorporam umas as outras..." (Fernando Peixoto – O que é teatro).

Fonte: Uniso

sábado, 16 de março de 2013

Elementos da Linguagem Cênica: 2º e 3º anos do CEM 111


Elementos formadores da Arte Cênica

O Teatro poderia existir sem prédio, sem palco, bastando que para isso se façam
espetáculos ao ar livre. Também poderia existir sem cenário, sem iluminação, pois a
natureza nos dá, às vezes, esses elementos em forma mais rica do que a que pode ser
conseguida no teatro. Sem a música? Claro que pode. Ela não é essencial no teatro
falado; é útil, mas não indispensável. Sem texto fixo? Sim... as falas podem ser
improvisadas. Sem Diretor? O ator pode auto-dirigir-se. E sem ator? O que poderia
substituí-lo? O ator, o homem que vive, que pensa, que sente é o único elemento de
teatro absolutamente indispensável. Todos os outros elementos, embora sejam de
imensa utilidade, não são mais que satélites desse “sol” do teatro que é o ator. O
principal objetivo do ator não pode ser o de convencer o espectador da realidade
material da vida, mostrar-lhe como o personagem dorme, anda, come, etc. Mas sim
mostrar-lhe o que o personagem quer, o que pensa, para que vive. O objetivo do ator
é o de convencer o espectador da realidade da vida do espírito humano.
A arte dramática, segundo Stanislawski, é a capacidade de representar a vida do
espírito humano, em público e em forma de estética. A força da convicção do teatro é
tão grande que ele é capaz de convencer - embora provisoriamente um espectador
que vem com uma idéia preconcebida sobre o espetáculo e baseada numa convicção
pessoal profunda. Poderá o Teatro existir sem o espectador? Não! A razão da
existência do teatro é exatamente a sua comunicação com o espectador.
Sabemos ainda que a arte teatral é um objeto semiótico por natureza. O conceito
do que entendemos atualmente o teatro é originário do verbo grego “ theastai” , que
significa ver, contemplar, olhar. A noção de representação está vinculada ao ritual
mágico e religioso e é tão antigo quanto o homem. Muitos estudiosos acreditam que o
teatro nasceu do instante em que o homem primitivo colocou e tirou a máscara diante
do espectador, com plena consciência do exercício de simulação, de representação,
ou seja, do signo.
Os signos, segundo alguns autores, códigos, segundo outros, são os principais
elementos constitutivos do teatro.
Para definir a extensão da ação do teatro, deve-se considerá-lo em sua
especificidade com todos os elementos que compõe, partindo-se do princípio de que
são códigos da comunicação dramática.
Eis os principais signos teatrais:
Teatro- A palavra grega teatron designava o local destinado à acomodação das pessoas
que assistiam à representação, nos anfiteatros. Literalmente, significava ” lugar onde se
vê”. Etimologicamente, o produto teatro é definido a partir do ponto de vista do
consumidor.
Cena- A ação representada, em público, para ser apreciada. No teatro, todos os
elementos são acessórios da cena, tudo deve convergir para que o impacto da ação
representada sobre o observador seja o máximo. Tal como todas as formas de arte, o
teatro é linguagem. A cena é a síntese expressiva do teatro enquanto linguagem. É com
esse sentido que se encontra a palavra cena neste estudo. Esta palavra também costuma
ser empregada para designar partes de uma peça ( ex: a cena do balcão de Romeu e
Julieta), ou o próprio espaço cênico ( do grego skène- lugar onde se pratica a ação,
palco).
Encenação- Sendo a cena a síntese expressiva do teatro, a encenação é a gramática da
cena, o instrumental construtivo e analítico desta linguagem. A leitura de diversas
peças, seguida de estudos, reflexões e debates, leva os atores à seleção de uma peça
para encenação. A encenação consistiria em algo assim como a soma de arte, de
cuidado e inteligência trazidos à realização cênica de uma obra dramática. O trabalho
do diretor nos dias de hoje não é mais como ditador. Eles trabalham com os atores e a
equipe técnica, procurando uma maior integração de pensamento para que todos juntos
possam criar um espetáculo de alto nível. Cada diretor tem seu estilo próprio de encenar
um espetáculo, mas as funções de todos, no meio teatral, são as mesmas: ler e analisar a
obra dramática, dirigir os ensaios dos atores, planejara marcação( movimentação dos
atores em cena), criar, planejar e debater com os técnicos a cenografia, a iluminação, os
figurinos, as máscaras, a sonoplastia.
Encenar- É empregar todos os componentes- o vocabulário- do teatro para a construção
da cena, segundo regras gramaticais próprias, com o objetivo de comunicar, sensorial e
intelectualmente.
Encenador- Pessoa encarregada de montar uma peça, assumindo a responsabilidade
estética e organizacional do espetáculo, escolhendo os atores, interpretando o texto,
utilizando as possibilidades cênicas à sua disposição.
Ator- Aquele que pratica a ação. Dentro da concepção grega, o celebrante do ritual. Ele
é o vinculo vivo entre o texto e o autor, as diretivas de atuação do encenador e o olhar
do espectador.
Protagonista- Atualmente, usamos esse termo fazendo referência aos personagens
principais de uma peça, os que estão no centro da ação e dos conflitos.
Antagonista- São os personagens da peça em oposição ou em conflito. O caráter
antagonista do universo teatral é um dos princípios essências da forma dramática.
Personagem- Vem do latim persona, pessoa imaginária que é representada, imitada
pelo ator. Ator, texto e espectador são os elementos indispensáveis ao teatro. Se um
deles não estiver presente, não há teatro. Todos os outros componentes são acessórios.
Puristas discutem se personagem é termo feminino ou masculino.
Espectador - cúmplice do ator na representação. Sabe que se trata de uma imitação e
reage como se estivesse diante da personagem a praticar a ação imaginada. De fato, a
situação teatral é um jogo. O termo em inglês - "play" dá um bom indicativo. Como
disse Peter Brook: "Uma peça é um jogo e um jogo é uma peça". Daí, talvez, a origem
da expressão "pregar uma peça".
Peça - O termo é empregado tanto para designar um texto dramático quanto uma
representação completa. Quando se pretende diferenciar, utilizam-se os termos texto e
espetáculo, ou encenação. Uma peça é dividida em atos e cenas (ex.: a quarta cena do
segundo ato).
Gesto - Um dos organizadores fundamentais da gramática teatral é o gesto. Através do
gesto e da voz o ator cria o personagem. Tornou-se um instrumento indispensável na
arte teatral, através de um sistema de signos que exprime pensamentos por meio do
movimento ou atitude da mão, do braço, da perna, da cabeça ou do corpo inteiro. Os
signos gestuais podem acompanhar ou substituir a palavra, suprimir um elemento do
cenário, um acessório, em sentimento ou emoção. Os teóricos do gesto acreditam ser
possível fazer com a mão e o braço cerca de 700.00 signos.
Movimento cênico do ator – As várias maneiras de o ator se deslocar no espaço
cênico, suas entradas e saídas ou sua posição com relação aos outros atores, acessórios,
elementos do cenário ou até mesmo aos espectadores, podem representar os mais
variados signos. A movimentação tanto cria a unidade do texto teatral como organiza e
relaciona as seqüências no espaço cênico.
Voz – A voz é, antes de tudo, elemento fundador do texto teatral, escrito ou não.
Quando não vocalizado, o texto é gesto. É utilizada pelo ator para dar vida ao
personagem. Ela atua como uma “fronteira de liberdade” que o ator explora a seu modo,
através da entonação, do ritmo, da rapidez e da intensidade com que ele pronuncia as
palavras antes apenas escritas, criando desta forma, os mais variados signos. A voz e o
gesto formam a performance, a linguagem primária do teatro.
O teatro acontece no instante e local onde é observado, o agente da representação e o
seu observador estão no mesmo ambiente, na mesma hora. Não existe reprodução
digital, fonográfica ou fotográfica da representação que possa substituí-la. Essa
característica diferencia o teatro das formas dramáticas projetadas, como o cinema e a
televisão. A obra deixa de existir ao final da representação, não é possível apreciá-la
depois.
A representação, além de re-tratar a vida do espírito humano ao vivo, deve receber
tratamento estético elaborado. O teatro destina-se ao fruir estético, compartilhado entre
quem assiste à ação imitada e quem a pratica. Daí a denominação espetáculo, que
designa uma representação teatral e, genericamente, algo digno de se ver.
Cenografia - É o conjunto de elementos organizados no espaço cênico (palco)
representando o lugar ou lugares, onde acontecem as ações dramáticas interpretadas
pelo ator que representa uma peça. O espaço cenográfico engloba o espaço cênico e o
dos espectadores; define-se pela relação entre os dois e pela maneira como a sala
(platéia) percebe a cena e esta se manifesta ao público. O espaço cênico é o espaço
concretamente perceptível pelo público sobre a cena ou cenas de todas as cenografias
imagináveis.
Cenário - O cenário é o local onde se realizam as cenas. Animado ou vivo é aquele
que é constituído pelo corpo dos próprios atores. O cenário pode ser concreto, abstrato,
objetivo e subjetivo.
a) O cenário pode ser considerado concreto quando se utiliza elementos concretos em
sua composição.
b) O cenário abstrato é aquele em que não há objetos concretos ou os objetos concretos
mudam de função.
c) O cenário é objetivo quando retrata o mundo exterior do personagem.
d) O cenário pode ser considerado subjetivo quando retrata o mundo interior dos
personagens.
O cenário, como o concebemos hoje, deve ser útil, eficaz, funcional. É mais uma
ferramenta do que uma imagem, um instrumento e não um ornamento.
Iluminação - A iluminação no teatro deve estar adequada às exigências do texto
dramático. É utilizada como elemento expressivo da linguagem teatral. Possui três
funções:
a) Iluminação das personagens em ação.
b) Iluminação dos ambientes criados pela cenografia.
c) Efeitos luminosos em geral. Pode ser usada com significações de tempo e espaço, ou
ainda, com significados simbólicos. Com a luz, cria-se a atmosfera cênica. Quando não
há aparelhagem profissional para a realização da iluminação, podem-se usar lanternas,
velas, isqueiros, etc. Utiliza-se papel celofane para conseguir a variação das cores.
Sonoplastia - É o conjunto de sons vocais ou instrumentais criados para sublinhar ações
de uma cena, num texto dramático ou não dramático. Pode ser natural - quando é
realizado por elementos da natureza ou artificial - quando é realizado através de sons
gravados ou de elementos fabricados pelo homem. Caracteriza a classe social,
ambiente, tempo, época, clima psicológico, suspense e dá maior ou menor ênfase à
ação.
Figurino - Na encenação contemporânea, o figurino tem papel cada vez mais
importante e variado, tornando-se verdadeiramente a “segunda pele do ator”. O fato é
que o figurino, sempre presente no ato teatral como signo do personagem e do disfarce,
contentou-se por muito tempo com o simples papel de caracterizador encarregado de
vestir o ator de acordo com a verossimilhança de uma condição ou de uma situação.
Hoje, na representação, o figurino conquista um lugar muito mais ambicioso; multiplica
suas funções e se integra ao trabalho de conjunto em cima dos significantes cênicos.
Desde que aparece em cena, a vestimenta converte-se em figurino de teatro: põe-se a
serviço de efeitos de ampliação, de simplificação, de abstração e de legibilidade. Pode
ser considerado figurino, o conjunto de vestimentas e seus acessórios, usados pelos
atores em cena. Serve como suporte para a representação da aparência dos personagens.
Podem sugerir época, tempo, lugar, clima, condição social, estado psíquico, etc.
Adereços - São objetos de cena que servem como suporte para a representação. Tudo o
que se adere ao corpo ou às vestes do ator para a caracterização do personagem e da
cena. Compõe o lugar cênico e o personagem.
Maquiagem – Figurino vivo do ator, a maquiagem faz o rosto passar do animado ao
inanimado, ela joga com a ambigüidade constitutiva da representação teatral: mescla de
natural e artificial, de coisa e de signo. Em teatro trabalha-se a pintura do rosto ou do
corpo do ator para caracterizar personagens, para ressaltar expressões, distanciar ou
aproximar o personagem do espectador, como é o caso do teatro grego.
Interpretação- Jogo do ator em cena, a partir do texto dramático criado pelo
dramaturgo. A interpretação, embora inspirada no texto dramático e orientada pelo
diretor, pode ser considerada uma criação do ator. O ator, desde o momento em que
recebe seu personagem, começa a trabalhar na interpretação. O trabalho de
interpretação exige que o ator seja sensível, sincero, emotivo e racional ao mesmo
tempo, observador, perceptivo, imaginativo, enfim recorra a todas as capacidades
intelectuais, que podem, através de exercícios, ser desenvolvidas. Não somente as
capacidades intelectuais, mas também as habilidades físicas corno a flexibilidade
corporal, a descontração, o ritmo, etc. - podem ser treinadas. A cada época da história
do teatro corresponde um tipo de interpretação.
Diretor de teatro - o diretor esta ali para nos lembrar que a administração é parte
integrante da criação: não apenas em relação ao orçamento de funcionamento, porém,
mais tarde, quanto à programação: o diretor tenderá naturalmente a propor assinaturas
que assegurem uma temporada tranqüila; recomendará exigências para peças ou estilos
já comprovados; só assumirá compromisso com co-produções rentáveis- são vários os
imperativos econômicos que se imporão às jovens companhias ou aos encenadores.
Espaço Dramático - Espaço dramático opõe-se a espaço cênico (ou espaço teatral).
Este último é visível e se concretiza na encenação. O primeiro é um espaço construído
pelo espectador ou pelo leitor para fixar o âmbito da evolução da ação e das
personagens; pertence ao texto dramático e só é visualizável quando o espectador
constrói imaginariamente o espaço dramático.
O espaço dramático é o espaço da ficção (e nisto ele é idêntico ao espaço dramático
para o poema ou o romance ou todo texto lingüístico). Sua construção depende tanto
das indicações que nos dá o autor do texto quanto de nosso esforço de imaginação. Nós
o construímos e modelamos a nosso bel prazer, sem que ele nunca se mostre ou se anule
numa representação real do espetáculo. Esta é sua força e também sua fraqueza, pois ele
“fala menos ao olho” do que o espaço cênico concreto. Por outro lado, o espaço
dramático (simbolizado) e o espaço cênico (visto) misturam-se sem cessar em nossa
percepção, um ajudando o outro a construir-se, de modo que, ao cabo de um momento,
somos incapazes de discernir o que nos é dado e o que nós mesmos fabricamos. Nesse
preciso momento intervém a ilusão teatral, pois ai reside à ilusão teatral.
Esta configuração do espaço dramático que reconstituímos a leitura do texto influi, em
compensação, sobre o espaço cênico e a cenografia. Na verdade, um certo espaço
dramático necessita, para concretizar-se, de um espaço cênico que o sirva e lhe permita
apregoar sua especificidade.
Aqui se coloca a eterna questão da anterioridade da cenografia ou da dramaturgia
(estrutura dramática). É evidente que uma determina a outra; mas em primeiro lugar
vem, é claro, a concepção dramatúrgica, isto é, a questão ideológica do conflito
humano, do motor da ação etc. somente em seguida o teatro escolhe o tipo de
espetáculo cênico e dramatúrgico que melhor convém à visão dramatúrgica e filosófica.
A cena é, afinal, apenas um instrumento e não uma prisão eterna e uma imposição para
os meios dramatúrgicos. Não é de se duvidar que haja, na história teatral, momentos em
que certo tipo de cenografia tenha bloqueado a análise dramatúrgica e, portanto, a
representação do homem no teatro. Mas a cenografia sempre acaba sendo abandona
quando presta maus serviços, e ela adapta então ao movimento ideológico e
dramatúrgico.
Espaço Lúdico (ou Gestual) - É o espaço criado pela evolução gestual dos atores. Por
ações, relações de proximidade ou de afastamento, livres expansões ou confinamento a
uma área mínima de jogo, os atores traçam os exatos limites de seus territórios
individuais e coletivos. O espaço se organiza a partir deles, como que em torno de um
pivô, o qual também muda de posição quando a ação exige. Esse tipo de espaço é
construído a partir do jogo: está em perpétuo movimento, os limites são expansíveis e
imprevisíveis, ao passo que o espaço cênico, ainda que pareça imenso, é na verdade
limitado pela estrutura cenográfica da sala. Mais ainda que o espaço cênico, o espaço
gestual presta-se a todas as convenções e manipulações; não é um espaço realista, mas
um instrumento cênico à disposição do ator e do encenador. Toda representação é, neste
sentido, o teatro de um duplo movimento de expansão e de concentração do espaço: o
espaço cênico fornece o quadro geral; tende a englobar e a esmagar todo elemento que
nele apareça. O espaço gestual, ao contrario, dilata-se e preenche o espaço ambiente,
pelo menos quando é bem utilizado. A harmonia desses movimentos espaciais inversos
cria a impressão de um jogo que usa o melhor possível as possibilidades da sala. O
espaço gestual é também a maneira pela qual o corpo do ator se comporta no espaço:
atraído para o alto e para o baixo, recurvado ou distendido, em expansão ou dobrado
sobre si mesmo.
.
Bibliografia:
Apostila do PAS – Artes Cênicas – Editora Universitária de Brasília, 1º Ano.
Dicionário do Teatro- Patrice Pavis- Ed. Perspectiva, 1999.
Jean-Jaques Roubine- Introdução às Grandes Teorias do Teatro. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2003.
Dario Fo- Manual Mínimo do Ator. São Paulo: Ed. SENAC, 2004.

segunda-feira, 4 de março de 2013

PROPOSTA CURRICULAR 2013: 2º e 3º ANOS


GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
GERENCIA REGIONAL DE ENSINO / RECANTO DAS EMAS
CENTRO DE ENSINO MÉDIO  111
QUADRA 111 AREA ESPECIAL 01 / RECANTO DAS EMAS
FONE: (061) 39013355












PROPOSTA CURRICULAR – ARTE









PROFº  FRANCISCO FERREIRA



















Recanto das Emas
2013








COMPONENTE CURRICULAR: ARTE
2ª SÉRIES:



CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

1º BIMESTRE





__________________
NOTA



1º bimestre


Conteúdos:


Conceitos: arte, teatro, ação, conflito, improvisação, contexto, signo, personagem etc.
Elementos da linguagem teatral: voz, corpo, espaço, movimento, ação dramática, etc.
Elementos estruturadores do espetáculo teatral: texto, ator, diretor, cenário, figurino, maquiagem, iluminação, sonoplastia, palco etc.
Música e outras linguagens artísticas
Teatro de Nelson Rodrigues.
Projeto de montagem cênica.




EXERCÍCIO BIMESTRAL:

ü  Pesquise sobre como o corpo se manifesta desde a Pré-História até hoje;
ü  Quem foi Nelson Rodrigues?
ü  Escolha uma peça de Nelson Rodrigues e faça uma ficha técnica deste espetáculo.

OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, fonte 12 e espaço 1.5.







2ª SÉRIES:


CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

2º BIMESTRE





__________________
NOTA



2º bimestre




Conteúdos:

História do teatro
Comédia de costumes
Teatro de Martins Penna
Música e outras linguagens artísticas
Barroco e Rococó na Europa
Barroco no Brasil
■ Arte e tecnologia – Web Design, Hipertexto, Hipermídia, Multimídia, Vídeo, Cinema, Fotografia
Projeto de montagem cinematográfica.





EXERCÍCIO BIMESTRAL:

ü  Pesquise sobre a História do Teatro;
ü  Pesquise sobre o Barroco Europeu e Brasileiro;
ü  Quem foi Martins Penna?
ü  Escolha uma peça de Martins Penna e faça uma ficha técnica deste espetáculo.

OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, fonte 12 e espaço 1.5.






2ª SÉRIES:


CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

3º BIMESTRE





__________________
NOTA





3º bimestre



Conteúdos:


Teatro de Arthur Azevedo
Realista e naturalista: Ibsen e Zola
Música e mídia
Música Brasileira – diversidade de manifestações, estilos e gêneros
Danças Dramáticas Brasileiras: Cavalo-Marinho, Maracatus, etc.
Grupo Grimm Realismo
Revolução Industrial e o Realismo
Projeto de montagem cênica.





EXERCÍCIO BIMESTRAL:

ü  Pesquise sobre o Realismo e o Naturalismo;
ü  Quem foi Ibsen e Zola?
ü  Quem foi Arthur Azevedo?
ü  Escolha uma peça de Arthur Azevedo e faça uma ficha técnica deste espetáculo.

OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, fonte 12 e espaço 1.5.









2ª SÉRIES:
CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

4º BIMESTRE





__________________
NOTA


4º bimestre



Conteúdos:


Teatro brasileiro: Teatro de Revista
Teatro Brasileiro de Comédias - TBC
Teatro universitário
Produções teatrais nas diversas categorias, gêneros e meios interativos e de comunicação de massa
Música Brasileira – diversidade de manifestações, estilos e gêneros
Pré-Modernismo no Brasil
Projeto de montagem cinematográfica.






EXERCÍCIO BIMESTRAL:

ü  Pesquise sobre o Teatro de Revista, TBC e Universitário;
ü  Quais os maiores autores daquela época e fale de cada um deles;
ü  Pesquise sobre o Pré-Modernismo no Brasil;
ü  Escolha uma peça e faça uma ficha técnica deste espetáculo.

OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, fonte 12 e espaço 1.5




COMPONENTE CURRICULAR: ARTE
3ª SÉRIES:




CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

1º BIMESTRE





__________________
NOTA


1º bimestre


Conteúdos:

Elementos estruturadores do espetáculo teatral: texto, ator, diretor, cenário, figurino, maquiagem, iluminação, sonoplastia, palco etc.
■ Análise de textos teatrais, identificando seus elementos estruturais: gênero, tema, enredo (exposição, desenvolvimento e desfecho); tese/discurso; ação dramática (conflitos, relacionamentos, causas e consequências; contexto sociocultural, político, filosófico, econômico, científico, tecnológico); planos de ação (realidade, memória, fantasia); falas (diálogo, monólogo); personagens (principais: protagonista e antagonista, e secundária); perfil; (físico, emocional, ético, moral, social, político, econômico)
Teatro de Nelson Rodrigues.
Projeto de montagem cênica.



EXERCÍCIO BIMESTRAL:

ü  Pesquise o que é preciso para fazer uma montagem cênica?
ü  Quem foi Nelson Rodrigues?
ü  Escolha uma peça de Nelson Rodrigues e faça uma ficha técnica deste espetáculo.

OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, fonte 12 e espaço 1.5.




3ª SÉRIES:

CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

2º BIMESTRE





__________________
NOTA




2º bimestre



Conteúdos:

História do teatro brasileiro: Teatro de Arena, Oficina e Opinião
História do teatro: Teatro Moderno/Contemporâneo – Expressionismo,
Simbolismo e Teatro Político
Teatro do Absurdo e Teatro da Crueldade
Modernismo Brasileiro, Semana de Arte Moderna de 1922, Antropofagismo, Movimento Pau-Brasil
Projeto de montagem cinematográfica.





EXERCÍCIO BIMESTRAL:

ü  Pesquise sobre a História do Teatro Brasileiro;
ü  Arena, Oficina e Opinião?
ü  Escolha uma peça destes teatros e faça uma ficha técnica deste espetáculo.

OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, fonte 12 e espaço 1.5.












3ª SÉRIES:

CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

3º BIMESTRE





__________________
NOTA




3º bimestre



Conteúdos:

Tipos de ações cênicas, improvisadas e/ou elaboradas
História do teatro: contemporâneo - épico
História do teatro: tendências
Dadaísmo, Surrealismo, Muralismo Mexicano
Arte Pós-Moderna
Projeto de montagem cênica.






EXERCÍCIO BIMESTRAL:

ü  Pesquise sobre os principais tipos de ações cênicas;
ü  O que foi o dadaísmo, Surrealismo e o Muralismo Mexicano?
ü  Escolha uma obra da Arte Moderna no Brasil e faça uma ficha técnica.

OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, fonte 12 e espaço 1.5.












3ª SÉRIES:



CENTRO DE ENSINO MÉDIO 111
ALUNO(A): ____________________Nº______
TURMA: __________ TURNO: __________
PROFESSOR: Ferreira   DISCIPLINA: Arte 01
DATA: _____ / _____ / 2013

4º BIMESTRE





__________________
NOTA



4º bimestre



Conteúdos:

Contemporâneas – Grupos teatrais brasileiros e estrangeiros
Funções do teatro na sociedade
A linguagem cênica e sua utilização nas diversas mídias
Action Painting, Pop Arte                                                                       
Arte e tecnologia – Multimídia, Vídeo, Cinema e Fotografia
Projeto de montagem cinematográfica.




EXERCÍCIO BIMESTRAL:

ü  Pesquise sobre quais são os principais grupos de Teatro no Mundo e no Brasil;
ü  Qual a função do Teatro na Sociedade?
ü  Action Painting e Pop Arte, o que são? E seus principais representantes?
ü  Escolha um vídeo, um filme ou uma fotografia e fale sobre?

OBS: O trabalho deve ser digitado, Times New Roman, font